terça-feira, 16 de abril de 2013

Saudades...


Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

                                                                      Autor: Miguel Falabella

segunda-feira, 8 de abril de 2013

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Família no parque de diversão.


              Que dia maravilhoso para a família Silva. O dia mais esperado do mês pela criançada. A mãe sorrindo a toa e o pai resmungando, sabendo que seu bolso irá coçar e nem adianta colocar um caranguejo dentro. É dia de ir para o parque de diversão com a família!
            Todos dentro do carro com aquela alegria contagiante. A pirralhada gritando, pulando e perguntando a cada 5 minutos se o parque já havia chegado; a mãe pede para as crianças sossegarem, sorrindo, com os olhos brilhando ao ver a felicidade de seus filhotes. O pai, por sua vez, bufando e xingando mentalmente, perguntando-se com ele pode aceitar esse passeio que sua esposa o propusera, mas logo se lembra de que ela o embebedou primeiro antes de chama-lo.
                No meio do caminho, eles são obrigados a parar num posto de gasolina, visto que o tanque do carro encontrava-se quase vazio. Enquanto o marido espera o frentista atende-lo e “completar”, a esposa leva as crianças na loja de conveniência para comprar alguns doces a fim de acalmar, um pouco, os ânimos dos pequenos. É nesse momento que as pestes veem uma grande oportunidade de fazer as suas famosas manhas para conseguirem muito mais do que apenas alguns docinhos.
                Saindo da loja, o homem depara-se com a mulher com duas sacolas completas de biscoitos, doces, balas, chicletes, entre outras guloseimas, tudo por que ela não conseguiu conter as 3 pestes berrando em seu ouvido lá dentro. “Assim meu dinheiro vai embora muito antes de chegar na droga do parque”, pensou.
                Partiram do posto de gasolina percebendo que o tempo começara a mudar. O caminho estava calmo, tranquilo quando, de repente, um cachorro invade a pista e o motorista para não atropelá-lo, desvia o carro para a área de escape, onde tristemente fura o pneu. Para sorte a família, isso se podemos chamar de sorte, há um step no carro e um macaco. Enquanto o cabeça da família realiza a troca, a criançada fica agitada e a mãe tenta acalmá-los com os produtos que sobraram das duas sacolas, que no final das contas, acaba sendo em vão. Até que em um determinado momento, a leoa resolve soltar seu rugido e seus filhotes se escondem e nem um pequeno e curto miado é ouvido.
                Finalmente, o leão termina a tarefa e retorna para o seu veículo para continuar a jornada. No entanto, depois de 3 minutos de direção, outro pneu estoura e eles se veem, mais uma vez, no acostamento da estrada. Porém, dessa vez a situação se agrava, já que o step foi utilizado e as sacolas da loja de conveniência encontram-se vazias. A única solução a se tomada neste momento é ligar para o reboque e esperar. Por ironia do destino, o tempo fecha de vez e começa a chover forte, com direito a trovoada e relâmpagos. Uma hora depois, a chuva resolver deixa-los em paz e parte em direção ao sul da região.
                Com essa confusão toda e esse tempo todo perdido, a mãe resolve urinar ali perto, já que não consegue mais segurar sua necessidade, e o marido resolve acompanha-la para fazer aquela “parede”. Na hora em que a mulher se abaixa e o homem fica em pé na sua frente, passa uma viatura da polícia e observa a cena. Quando o casal volta ao carro, são abordados por dois policiais pedindo explicações. Eles até tentam se explicar, mas um dos policiais não acredita na incrível e fabulosa história contada pelo casal, cheia de acontecimentos e coincidências terríveis e resolvem leva-los para a DP. O marido é autuado por possuir nível alcóolico acima do permitido, visto que ele bebeu duas latinhas de cerveja enquanto caía aquele dilúvio, mesmo a mulher protestando.
                Para alegria da nação, tudo fica resolvido e bem explicado. Todos voltam para casa, frustrados, pois não conseguiram sequer avistar o parque. Mas digamos que o parque realmente não teve, mas a diversão...
               
Autor: Victor Maluko

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A invenção chamada computador

    Muitas vezes nos perguntamos como o ser humano foi capaz de criar esta máquina espetacular, na qual chamamos de computador. Fios, placas, telas, monitores, teclados e muitas outras combinações complexas a primeiro momento, porém agora descobrimos a verdadeira história do surgimento do PC

   

Aquele menino...

Aquele menino, 
De cabelo bagunçado pelo sono,
De pés descalços,
De espírito inquieto, geminiano, 
Inquieto, choramigando, 
Xingando, chorando, 
Perturbando,
Olhando o tempo de cima, 
Em cima dos galhos da pitangueira, 
Pra sentir-se em cima,
Por cima de tudo, 
Acima de todos, no alto,
Só pra fazer de conta que é alto.
Peralta, a escalada mais alta,
Pra sentir-se na vida alguém
Um pouquinho mais importante
Pra quem não é ninguém. 
Pra ver lá de cima o mundo, 
Aquele mundo, os normais, 
Daqueles que seguem o ciclo da vida.
A natureza dos mais fortes,
E ele apenas um menino descalço,
Sem dinheiro, sem voz ativa,
Sem algodão-doce, sem doce,
Sem algodão na ferida,
Sem mais sem menos, 
De coração doído, rústico, 
Acelerado pelo vento.
O vento do amor, que lhe faltou
Que não se fez depois, amor, 
Que já se foi, que virá, que está,
Que era, e que sempre será...