Era um dia ensolarado, os passarinhos cantarolavam, os cachorros não paravam de latir e a minha mãe estava na cozinha preparando o café da manhã. Ou seja, um dia que acabou de nascer como outro qualquer. Isso era o que eu pensava até o meu pai chegar em casa, anunciando a notícia à família, já reunida na mesa do café.
- Preparem as malas bem rápido! – disse meu pai eufórico – Nós vamos acampar!
- Como assim, querido? – perguntou minha mãe sem entender o que estava se passando. (Na verdade, nem eu estava entendendo).
-Nós vamos acampar, querida. Eu estava na padaria quando o nosso vizinho, aqui da frente, me disse que tinha desistido de ir acampar devido a sua esposa estar com problemas de saúde e me perguntou se eu queria ir no seu lugar.
- Isso não vai prestar... – pensei.
Minha mãe arrumou as malas, ás pressas; meu pai pegou a barraca para colocá-la no carro; minha irmã, Patrícia, correu para frente do espelho para se arrumar toda (eu só não entendi porque uma pessoa precisa se enfeitar ara ir pro meio do mato?); meu irmão mais novo, Bruno, e eu fomos trocar de roupa. Quando estávamos todos prontos para parti, surge a primeira confusão.
- Eu não vou sem a Pity! (a gata da minha irmã) – resmungou Patrícia.
- Você está maluca? Como você pretende levar uma gata pro meio do mato, garota? – esbravejou meu pai.
- Se ela levar a Pity, o Doug (o cachorro) também vai! – berrou Bruno.
- To falando que isso não vai prestar... – pensei novamente.
Entramos todos no carro, inclusive a Pity e o Doug, e fomos para o tal lugar onde iríamos acampar. Chegando no local, avistei somente mato e árvores. “Que diabos estamos fazendo aqui?”. Descarregamos as coisas do carro, arrumamos a barraca que, por sinal, demorou mais de três horas para ficar pronta, tudo porque meu pai não sabia qual era a primeira peça. Agora, imaginem o resto da montagem.... melhor nem pensar.
Enquanto eu e meu pai procurávamos lenha, já que a noite se aproximava, Bruno e Patrícia começaram a discutir. No meio da discussão, a Pity escapa dos braços da minha irmã e Doug, vendo tudo de longe, correu atrás dela, ambos se embrenhando no matagal. Minha mãe ficou chocada com a cena e apavorada quando avistou uma cascavel. Ela ficou imóvel, feita uma estátua, pois a cobra começara a subir em sua perna. E para melhorar a situação, eu e meu pai, assim que acabamos de recolher toda a lenha, nos deparamos com um urso parado em nossa frente.
- Filho, está vendo o que eu estou vendo? - perguntou meu pai com voz trêmula.
- Não sei o que você está vendo, pai. A única certeza que tenho, nesse exato momento, é que eu não vou ficar aqui para conferir. CORRE!!! – gritei.
Corremos desesperadamente a fim de escapar do urso. Finalmente, chegamos ao acampamento e avistamos minha mãe dando paulada na cobra, Bruno chorando por causa do Doug e Patrícia descabelada, sem saber o que fazer. De repente, eis que surge Doug e, ao seu lado, Pity, andando com as pernas um pouco “abertas”. Até hoje não entendemos, muito bem, o que aconteceu com Doug e Pity.
Anoiteceu. Os mosquitos começaram a aparecer e, juntos com eles, o ataque de pelanca de minha irmã. Quando tudo parecia que teríamos uma noite tranqüila, apesar do ataque da Patrícia, sentimos os primeiros pingos de chuva. Uma tempestade desabou em cima de nós e nem a barraca foi capaz de suportar. Ou seja, ficamos encharcados e com fome, já que o rio d’água, que estava sob nossos pés, levou a comida e quase tudo. Minha mãe, revoltada com a situação, decidiu ir embora assim que amanhecesse.
Amanheceu. Depois de tanto tormento, minha mãe não pensou duas vezes: “Vamos embora desse lugar! Não agüento mais!”
Arrumamos as poucas coisas que restaram, entramos no carro e partimos. Na saída, uma placa dizia: “RESERVA FLORESTAL”.
Autor: Victor Maluko
Ameeeei Victor !!!
ResponderExcluirMais que história mais hilária, nossa, quanta confusão !! kkkkkkkkkk
E o pior, acontece ! '-'
A cada vai ficando melhor o blog.
Bjoos..