segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Desordem e Regresso


O Brasil cresceu economicamente nos últimos anos. E que esse crescimento é notório, isso ninguém pode negar. Em contra partida, o que também vem avançando no Brasil é a precariedade geral: saúde, segurança, educação, política, consciência, humanidade.
      O país parece estar no caminho certo, no sentido econômico. Sua popularidade exterior há muito não esteve tão bem; a geração de empregos com carteira assinada fechou no auge; e com a descoberta da reserva de petróleo, na costa brasileira, promete um alavanco na economia e nos empregos. Teremos a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. As obras para estas grandes realizações já começaram e os gastos não estão sendo poupados.
No entanto, a saúde foi deixada de lado, já que faltam, cada vez mais, médicos em hospitais. E quem sofre com isso é a população, que contribui pagando os devidos impostos e esperam que estes sejam corretamente empregados. Ela acorda de madrugada para ver se consegue uma senha para ser atendida, passa horas na fila e, no final desta jornada, descobre que o médico não vem ou não tem, ou que ali não realiza o tipo de exame pedido pelo mesmo (geralmente em poucos hospitais públicos é feito), ou, na melhor das hipóteses, o exame é marcado para três meses após a consulta. Onde está a humanidade neste país? Parece que a beleza dos estádios, das estações, das ruas tem mais importância do que a população, do que o ser humano.
A segurança foi outra jogada “pro canto”, apesar das instalações da UPP (Unidade Pacificadora Policial) nas favelas estar dando certo.  Porém, essas unidades não preenchem todos os espaços, pois os bandidos saem dos morros e vão para o “asfalto”, ou seja, é apenas a transferência da insegurança.
A educação nunca foi, não é e, talvez, nunca será prioridade neste país. O que adianta possuir grande oferta de empregos se a mão-de-obra não é qualificada? Dados mostram que 8 milhões de pessoas cursam o Ensino Médio, mas, apenas, 2,1 milhões concluem. Escolas estão sendo abandonadas, esquecidas; elas não possuem professores suficientes e os que tem, ganham uma miséria. Como esperar que os alunos, que estudam em colégio público, passem no vestibular federal, ou estadual, com uma educação lamentável como esta? Quando olhamos para o cenário do Ensino Superior, ele muda completamente: os que estudaram em colégios particulares cursam as federais; os dos colégios públicos, para particulares, ou seja, poucos as fazem devido as condições financeira. As escolas técnicas surgem como uma solução, para essas pessoas de se especializar. As pessoas tem que se virar como podem para conseguirem condições de vida melhores, já que os nossos representantes não as fazem.
A população, por sua vez, assiste a isto tudo, “bate palma” e, simplesmente lamenta por estes acontecimentos estarem ocorrendo em seu país. Prefere se ocultar, se calar ao invés de protestar e lutar para tentar mudar o cenário caótico em qual vivemos. Como queremos beber água sem irmos à geladeira para pegá-la, colocá-la no copo e leva-la até a boca? Tudo na vida é sacrifício, e este é apenas a semente que plantamos para colhermos no futuro.

Autour: Victor Maluko

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