O Brasil cresceu economicamente nos últimos anos. E que esse crescimento
é notório, isso ninguém pode negar. Em contra partida, o que também vem
avançando no Brasil é a precariedade geral: saúde, segurança, educação,
política, consciência, humanidade.
O
país parece estar no caminho certo, no sentido econômico. Sua popularidade
exterior há muito não esteve tão bem; a geração de empregos com carteira
assinada fechou no auge; e com a descoberta da reserva de petróleo, na costa
brasileira, promete um alavanco na economia e nos empregos. Teremos a Copa do
Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. As obras para estas grandes
realizações já começaram e os gastos não estão sendo poupados.
No entanto, a saúde
foi deixada de lado, já que faltam, cada vez mais, médicos em hospitais. E quem
sofre com isso é a população, que contribui pagando os devidos impostos e
esperam que estes sejam corretamente empregados. Ela acorda de madrugada para
ver se consegue uma senha para ser atendida, passa horas na fila e, no final
desta jornada, descobre que o médico não vem ou não tem, ou que ali não realiza
o tipo de exame pedido pelo mesmo (geralmente em poucos hospitais públicos é
feito), ou, na melhor das hipóteses, o exame é marcado para três meses após a
consulta. Onde está a humanidade neste país? Parece que a beleza dos estádios,
das estações, das ruas tem mais importância do que a população, do que o ser
humano.
A segurança foi
outra jogada “pro canto”, apesar das instalações da UPP (Unidade Pacificadora
Policial) nas favelas estar dando certo.
Porém, essas unidades não preenchem todos os espaços, pois os bandidos
saem dos morros e vão para o “asfalto”, ou seja, é apenas a transferência da
insegurança.
A educação nunca
foi, não é e, talvez, nunca será prioridade neste país. O que adianta possuir
grande oferta de empregos se a mão-de-obra não é qualificada? Dados mostram que
8 milhões de pessoas cursam o Ensino Médio, mas, apenas, 2,1 milhões concluem.
Escolas estão sendo abandonadas, esquecidas; elas não possuem professores
suficientes e os que tem, ganham uma miséria. Como esperar que os alunos, que
estudam em colégio público, passem no vestibular federal, ou estadual, com uma
educação lamentável como esta? Quando olhamos para o cenário do Ensino Superior,
ele muda completamente: os que estudaram em colégios particulares cursam as
federais; os dos colégios públicos, para particulares, ou seja, poucos as fazem
devido as condições financeira. As escolas técnicas surgem como uma solução,
para essas pessoas de se especializar. As pessoas tem que se virar como podem
para conseguirem condições de vida melhores, já que os nossos representantes
não as fazem.
A população, por
sua vez, assiste a isto tudo, “bate palma” e, simplesmente lamenta por estes
acontecimentos estarem ocorrendo em seu país. Prefere se ocultar, se calar ao
invés de protestar e lutar para tentar mudar o cenário caótico em qual vivemos.
Como queremos beber água sem irmos à geladeira para pegá-la, colocá-la no copo
e leva-la até a boca? Tudo na vida é sacrifício, e este é apenas a semente que
plantamos para colhermos no futuro.
Autour: Victor Maluko
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