segunda-feira, 1 de abril de 2013

Aquele menino...

Aquele menino, 
De cabelo bagunçado pelo sono,
De pés descalços,
De espírito inquieto, geminiano, 
Inquieto, choramigando, 
Xingando, chorando, 
Perturbando,
Olhando o tempo de cima, 
Em cima dos galhos da pitangueira, 
Pra sentir-se em cima,
Por cima de tudo, 
Acima de todos, no alto,
Só pra fazer de conta que é alto.
Peralta, a escalada mais alta,
Pra sentir-se na vida alguém
Um pouquinho mais importante
Pra quem não é ninguém. 
Pra ver lá de cima o mundo, 
Aquele mundo, os normais, 
Daqueles que seguem o ciclo da vida.
A natureza dos mais fortes,
E ele apenas um menino descalço,
Sem dinheiro, sem voz ativa,
Sem algodão-doce, sem doce,
Sem algodão na ferida,
Sem mais sem menos, 
De coração doído, rústico, 
Acelerado pelo vento.
O vento do amor, que lhe faltou
Que não se fez depois, amor, 
Que já se foi, que virá, que está,
Que era, e que sempre será...

                                                                                                  

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