Aquele menino,
De cabelo bagunçado pelo sono,
De pés descalços,
De espírito inquieto, geminiano,
Inquieto, choramigando,
Xingando, chorando,
Perturbando,
Olhando o tempo de cima,
Em cima dos galhos da pitangueira,
Pra sentir-se em cima,
Por cima de tudo,
Acima de todos, no alto,
Só pra fazer de conta que é alto.
Peralta, a escalada mais alta,
Pra sentir-se na vida alguém
Um pouquinho mais importante
Pra quem não é ninguém.
Pra ver lá de cima o mundo,
Aquele mundo, os normais,
Daqueles que seguem o ciclo da vida.
A natureza dos mais fortes,
E ele apenas um menino descalço,
Sem dinheiro, sem voz ativa,
Sem algodão-doce, sem doce,
Sem algodão na ferida,
Sem mais sem menos,
De coração doído, rústico,
Acelerado pelo vento.
O vento do amor, que lhe faltou
Que não se fez depois, amor,
Que já se foi, que virá, que está,
Que era, e que sempre será...
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