quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Uma breve história de amor...


Quando fecho os olhos, lembro-me de quando nos conhecemos. Lembro-me que vestia um lindo vestido azul que ia até os joelhos, do seu cabelo preso, rabo de cavalo, que balançava a cada passo que dava, da sua pele linda e perfumada. Recordo-me da sua voz suave, sussurrando em meus ouvidos, dizendo que me amava e que estava feliz ao meu lado. O que estava vivendo era um sonho e como todo sonho, uma hora ele acaba. Aconteceu da mesma forma como se acorda depois de uma noite maravilhosa de sono cuja não deseja despertar.
Era de noite e eu tinha acabado de pedir sua mão em casamento. Havia preparado tudo uma semana antes: o restaurante que ela mais gostava, a mesa na qual preferia sentar, o vinho que gostava de beber, que tinha de ser encomendado três dias antes da reserva, o hotel 5 estrelas, a BMW alugada. Tudo parecia perfeito e, de fato, estava. A lua cheia fez questão de aparecer para contribuir com o que iria acontecer em breve.
Ela estava deslumbrante neste dia como  nunca estivera. Esperando-a em frente a sua casa, ela ficou surpresa com a BMW. No início, não acreditava que eu tivesse alugado e perguntou-me se era uma ocasião muito especial para que fizesse aquela extravagância. Avistando o restaurante, ela me agarrou e deu um grito de felicidade. Ela realmente não sabia nem desconfiava o que estava por vir. Quando pedi a comida e o vinho que ela tanto gostava, ela disse que eu era o homem mais importante de sua vida e eu acreditei em suas palavras. Degustamos o jantar e aproveitamos o máximo da companhia um do outro. Chegou a hora de pedi-la em casamento. Tenso.
No restaurante, o fundo musical me impulsionou a fazer o pedido. Tocava "Eu sei que vou te amar" de Tom Jobim. O momento era perfeito e não dava mais para adiar. Aproximei-me dela, ajoelhei e me disse as palavras mais lindas que eu sabia, tive certeza que dissera a coisa certa quando ouvi a afirmação em seus lábios. Dei um pulo, a trouxe para perto de mim e a beijei. Naquele momento, eu era o cara mais feliz do mundo! Felicidade esta que duraria apenas 30 minutos.
Foi em um acidente de carro que a perdi. Um motorista bêbado atravessou a pista, acertando em cheio o banco do carona da BMW alugada. Não tinha como ela sobreviver e isto em consome por dentro até hoje. Não deram nenhuma chance para ela lutar pela sua vida. Hoje, o que me resta, são apenas lembranças daquela noite que ora foi o dia mais feliz da minha, ora foi o mais triste. Não tem como pensar em um sem imaginar o outro. E é em uma cadeira de rodas que lhes conto a minha breve história de amor.

Autor: Victor Maluko

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Uma escolha a tomar.


Muitas pessoas tentam definir, explicar e/ou elaborar uma tese sobre o amor. Talvez por ser algo intangível, muitas delas querem o transformar em algo tangível para facilitar e, quem sabe, criar uma regra para melhor compreendê-lo. Só esquecem que quando o assunto é coração, a razão nem sempre consegue se sobrepor. As atitudes amorosas revelam que a impulsividade é algo natural de quem está apaixonado. E que, nem sempre, esta mesma pessoa conseguirá medir o peso que seus atos tomados terão sobre sua vida. O grande problema é que as escolhas de hoje, podem e irão influenciar o seu futuro. Agir sem pensar é muito arriscado. No entanto, quem nunca cometeu uma loucura de amor? Será que não vale a pena se arriscar a tal ponto pela pessoa amada? Afinal, é ao lado dela que estará até o término de sua vida. Pelo menos é assim que deveria ser. Razão x Emoção, quem ganhará essa disputa. Uns alegam que devemos colocar a razão acima de tudo, pois com ela, somos capazes de tomar decisões acertadas, decisões estas que as emoções com certeza atrapalhariam e talvez nunca chegaria a tal. Por outro lado, a razão nos transforma em pessoas secas, frias e sem sentimentos. Já a pessoa que age com o coração é capaz de se sentir bem consigo mesmo, paz interior e mais feliz. Entretanto, segue o caminho que muitos julgariam sem rumo, desordenado e  focado demais, não nos seus objetivos, mas no da pessoa que convive ao seu lado. Achar um meio termo para isso nem sempre é tão fácil quanto parece. Nossa mente geralmente entrará em conflito com o bombeador de sangue, isto já se tornou praticamente uma regra e nesse embate, não tem nenhum vencedor. As únicas coisas que há, são as escolhas que as pessoas terão que fazer de acordo com aquilo que acharem melhor para elas. Como tudo na vida há pós e contras, isso não seria diferente em relação a esse duelo. Como dizia Newton: "Toda ação, gera uma reação". Cabe a nós escolhermos qual ação é melhor para nós e a reação que menos nos gera impacto.

Autor: Victor Maluko